Avaliar o perfil do público que frequenta motéis — e criar ações específicas para cada segmento — ainda é um desafio para o setor. Isso porque os dados disponíveis sobre esses consumidores nem sempre são precisos ou aprofundados.
Ainda assim, a pesquisa “Hábitos dos Hóspedes”, da ABMotéis, oferece uma base importante para entender melhor a idade dos frequentadores e suas diferenças de comportamento, especialmente quando comparados heavy users e visitantes ocasionais.
A seguir, vamos analisar essas informações e mostrar como elas podem contribuir para estratégias mais assertivas no seu motel.
Geração Z? Não. Quem mais frequenta motéis hoje são as gerações X e Millennials.
A nova motelaria trouxe uma mudança importante no perfil dos frequentadores. Se antes era mais comum vermos casais entre 18 e 29 anos, hoje são as faixas acima dos 30 que dominam o cenário:
- 48% das pessoas entre 18 e 29 anos frequentam motéis;
- 67% entre 30 e 39 anos;
- 60% entre 40 e 49 anos;
- 37% entre 50 e 65 anos.
Esses dados também dialogam com outro ponto importante da pesquisa: a maioria dos visitantes está em relacionamentos estáveis. Veja a divisão:
- 60% vão com o cônjuge (esposa ou esposo);
- 25% com o(a) namorado(a);
- 13% com novos parceiros;
- Apenas 2% com parceiros extraconjugais.
Esses números ajudam a desconstruir a imagem ultrapassada de que o motel seria um espaço para encontros secretos ou “proibidos”. Hoje, ele é visto cada vez mais como um ambiente privativo, seguro e confortável para casais viverem momentos de intimidade — longe da rotina e sem interrupções.
O que cada geração busca em um motel?
Essa talvez seja a pergunta mais difícil de responder com precisão. Afinal, falamos de casais — e não de indivíduos isolados — que muitas vezes não seguem um padrão etário específico.
Por exemplo: não é porque um hóspede tem entre 18 e 29 anos que seu(sua) parceiro(a) estará na mesma faixa. É comum que casais se formem entre diferentes gerações, e isso vale para todas as quatro faixas analisadas no estudo.
Diante disso, a melhor forma de analisar o comportamento do público é por meio do recorte entre heavy users e usuários ocasionais.
Essa divisão permite identificar tendências de consumo mais consistentes, partindo da premissa de que ao menos um dos parceiros provavelmente se encaixa naquele perfil — o que já torna a estratégia mais precisa, ainda que não definitiva.
Vamos, então, entender o que esses públicos costumam buscar, valorizar e consumir dentro da experiência moteleira:
1 – Hidromassagem é o item mais buscado pelos frequentadores de motel
A pesquisa trouxe dados relevantes sobre o que os hóspedes buscam em uma suíte de motel. E quando a imensa maioria considera o conforto para escolher um estabelecimento, a opção de quase 70% dos entrevistados por aqueles quartos que oferecem hidromassagem, se justifica.
Essa escolha tem relação direta com o desejo de ter uma experiência mais relaxante, confortável e — principalmente — diferente do ambiente doméstico.
2 – Apesar de muitos optarem por períodos curtos, o pernoite ainda é o mais valorizado
A pesquisa também trouxe dados interessantes sobre o tempo de permanência nos motéis. O principal deles é que 41% dos entrevistados afirmaram utilizar ambos os tipos de estadia — curta e longa. Isso mostra que manter pacotes atrativos para os dois modelos continua sendo o ideal.
Outro dado relevante é que quase metade dos frequentadores ocasionais optam pelo período longo. Esse cenário pode indicar justamente casais em relacionamentos estáveis que usam o motel como uma fuga da rotina — um tempo longe dos filhos ou da casa cheia, por exemplo.
Além disso, entre os que preferem exclusivamente um dos dois modelos, o período longo é o favorito para cerca de 40%. Isso representa um grande potencial de aumento do ticket médio, já que quem permanece mais tempo também tende a consumir refeições e serviços adicionais — o que nos leva ao próximo item.
3 – Os clientes buscam por refeições de qualidade no motel
A nova motelaria coloca as refeições como um dos pontos que mais merece atenção. Isso porque, como vimos no tópico anterior, esse é justamente um dos elementos com maior potencial de consumo para casais — principalmente em estadias mais longas.
Veja os principais dados da pesquisa:
- 71% dos frequentadores afirmam que fazem refeições no motel;
- 77% dizem que uma opção mais requintada certamente os motivaria a comer no local.
Esses números revelam um potencial ainda subaproveitado por muitos motéis. Uma refeição de qualidade pode não apenas fidelizar o hóspede, mas agregar à sensação de conforto e exclusividade — permitindo, por exemplo, que o casal pule o restaurante e aproveite a refeição com privacidade na suíte.
Entre os tipos de refeição favoritos, pouco mais de 50% preferem petiscos, café da manhã ou jantar — o que se alinha bem à lógica de estadias prolongadas.
Mas um dado chama atenção: 26% dos entrevistados apontaram o almoço como refeição preferida (em uma pergunta com múltiplas respostas). Tal informação nos mostra que até mesmo hóspedes de períodos curtos têm interesse em comer no local, reforçando o potencial dos pacotes com refeições inclusas como uma forma eficaz de elevar o ticket médio.
4 – 1/3 dos usuários busca por produtos sexuais no motel
Este talvez seja um dos pontos mais delicados, pois muitos ainda veem como tabu a ideia de explorar novidades com o parceiro. Ainda assim, a pesquisa nos traz um dado positivo, ao mostrar que 34% dos usuários consomem produtos eróticos no motel.
E entre os heavy users, esse número sobe para 45% — o que indica uma abertura maior à experimentação entre os frequentadores mais assíduos.
Entre os itens mais procurados, géis e lubrificantes lideram com 41%. Só que o dado mais promissor está na sequência: 38% utilizam brinquedos e acessórios eróticos. Ou seja, vemos um público disposto a sair da rotina e até mesmo explorar fetiches, o que abre espaço para motéis investirem em novidades e diferenciais.
Para se ter ideia da força desse mercado, os brinquedos e acessórios superam até os preservativos, que aparecem com 16%. E quase 10% mencionaram roupas e lingeries como itens de interesse — o que reforça o potencial de explorar o consumo com base em pesquisas personalizadas ou análises de perfil.
Conforto e requinte são importantes — mas não são tudo
Embora os dados não revelem um padrão exato por faixa etária ou perfil de uso, eles mostram que muitas estratégias funcionam tanto para heavy users quanto para os visitantes ocasionais.
Mas há um fator que merece atenção especial: 47% dos entrevistados dizem que o preço é o principal critério de escolha.
Isso reforça a importância de equilibrar qualidade, experiência e acessibilidade. Nem sempre é preciso luxo — experiências simples, mas bem executadas, também encantam e fidelizam.
Vale lembrar: a maioria dos clientes tem três motéis favoritos e dificilmente troca. Isso demonstra lealdade, mas também constante comparação. Se o seu serviço ficar abaixo da média, a preferência muda — e o cliente vai embora.
É nesse cenário que apresentamos o painel da Autonav: uma solução que eleva a percepção de conforto do hóspede, permitindo controlar toda a suíte sem sair da cama.
O equipamento também permite disponibilizar cardápios diretamente na tela, estimular o consumo com anúncios promocionais e aplicar pesquisas NPS para entender melhor o perfil e as preferências do seu público.
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